SALMO 133 "A UNIDADE DO POVO DE DEUS É UM TESTEMUNHO PARA O MUNDO"
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Certamente, um dos maiores desafios do povo de Deus tem sido manter a unidade e harmonia.
NOSSAS disparidades parecem não ter fim, os interesses são conflitantes e os conceitos são opostos. CONTUDO o que Nos une é maior que todas estas questões, supera toda e qualquer diversidade contraditória, está acima dos NOSSOS ideais particulares; “o vínculo existente entre eles e que Nos une, não é outro, senão o amor.”
O amor é superior a todas as diferenças, O AMOR faz com que estas COISAS sejam superadas, torna o diverso e contraditório em unidade recíproca, PROPORCIONA vida por onde passa.
E é exatamente isso que acontece no Salmo em questão: o amor prevalece sobre as questões que dividem o povo, derruba as barreiras que se levantam e TENTAM FRAGUIMENTAR a nação escolhida, restaurando acomunhão outrora perdida.
“Foi consciente da importância da unidade que Davi escreveu este salmo.”
2Sm 5.1 “Representantes de todas as tribos de Israel foram dizer a Davi, em Hebrom: “Somos sangue do teu sangue .”
AQUI AS DIFERÊNÇAS FORAM COLOCADAS DE LADO!
SPUGEON AFIRMA QUE: “A COMUNHÃO ENTRE IRMÃOS É UMA CARACTERISTA DOS VERDADEIROS SANTOS”
1. A unidade resulta em satisfação:
Israel e Judá haviam se separado devido interesses individuais, mas agora precisavam superar suas diferenças, e isto, em prol de um objetivo maior e mais nobre. O amor precisou falar mais alto e prevalecer para que pudessem então, declarar no capítulo 5, verso 1 de II Samuel:
“Somos do mesmo povo de que tu és”
- Isto aos olhos de Davi era “bom e agradável”.
Contudo, é preciso ressaltar que a expressão:
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”
Revela mais que uma mera constatação; a intenção do salmista era chamar a atenção do povo para a realidade presente.
É como se Davi estivesse dizendo: “FAÇAM UMA COMPARAÇÃO, em contraste com a desarmonia outrora existente, percebam como é maravilhoso quando vivem unidos os irmãos”.
A união existente entre o povo era boa e agradável, especialmente porque para que pudessem superar suas diferenças, foi necessário o amor, o perdão, o reconhecimento de que todos são parte de um único povo.
SEGUNDO SPURGEON: O PENSAMENTO DE DAVI É: “UNIDADE DE VIDA, VERDADE E CAMINHO. UNIDADE ME CRISTO JESUS, UNIDADE DE OBJETIVO E ESPÍRITO - DEVEMOS TER ESSE CONCEITO OU NOSSAS ASSEMBLEIAS SERÃO SINAGOGAS DE DISCÓDIA EM LUGAR DE IGREJA DE CRISTO.
A UNIDADE CRISTÃ EM SI É BOA - BOA PARA NÓS, BOA OS IRMÃOS, BOA PARA OS NOVOS CONVERTIDOS, BOA PÁRA O MUNDO EXTERIOR; E CERTAMENTE É AGRADAVÉL… A IGREJA UNIDA EM SERVIÇO SINCERO DO SENHOR É UMA FONTE DE BONDADE E ALEGRIA A TODOS AQUELES QUE HABITAM À SUA VOLTA.”
Este Salmo aponta o caminho para a igreja do século XXI, pois cada dia maissomos levados ao individualismo.
Os interesses pessoais de cada membro, parecem subjugar a unidade do Corpo.
Em contraste com isso, a união descrita no Salmo 133, aponta para a comunhão que deve ser vivenciada pelo povo da aliança.
COMO DAVI INSPIRADO DIZ:
“é boa e agradável”
Essa forma de união, nos faz lembrar da oração sacerdotal de Jesus, quando séculos mais tarde, roga ao Pai que os seus sejam um e que sejam aperfeiçoados na unidade (João 17.22-23 “Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.”
O SENHOR JESUS sabia que os discípulos eram diferentes, pensavam diferente e agiam diferente uns dos outros. Contudo, precisavam superar as diversidades em nome do amor e da unidade cristã.
PAULO SEGUE ESTA MESMA LINHA EM SUA CARTA AOS EFESIOS: Ef 4.3 “Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.”
O que fica evidente é que a união do povo de Deus não é produto de fatores externos, de um consenso doutrinário ou da decisão de líderes, mas fruto da ação sobrenatural do Espirito Santo no coração dos eleitos.
CONTUDO, O APOSTOLO PAULO FALA DA NECESSIDADE DE UM ESFORÇO PARA A ESSA CONVIVÊNCIA EM UNIDADE.
1Co 1.10 “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer.”
A unidade do povo de Deus, resulta em satisfação, não porque haja uniformidade no pensamento, mas por ser ela operada pelo próprio Senhor e resultar na sua GLÓRIA DE DEUS.
1Jo 4.20-21 “Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão.”
2. A unidade está intimamente ligada à consagração:
Evocando a figura do sacerdote e do óleo da unção, o salmista ilustra quão preciosa é a comunhão existente entre o povo de Deus ao afirmar no verso 2, que a mesma:
“é como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes”.
Davi percebe na unidade da nação, um valor SOBRENATURAL, ao ponto de COMPOAR à unção do sacerdote, PORQUE o óleo derramado sobre a cabeça de Arão era símbolo de sua consagração ao serviço Divino.
Tal qual o óleo da unção derramado sobre a cabeça do sacerdote simbolizava a sua consagração a Deus, a essência fraterna existente na nação representava a consagração desta ao Senhor.
TEM HAVER COM QUE SPUGEON DISSE:
Para Davi, assim como a unção com óleo habilitava Arão para ministrar diante de Deus, por semelhante modo, a verdadeira união do povo da aliança o tornava apto para o serviço Divino.
* LOGO, SE NÓS NÃO ESTAMOS EM COMUNHÃO COM NOSSO IRMÃO - NÃO ESTÁ APTO(A) PARA O SERVIÇO DO SENHOR.
PERCEBAM O QUANTO ISSO É SÉRIO: A questão é que havia uma intensa relação entre o ofício sacerdotal e a comunhão da nação, pois mediante o exercício deste ofício, a nação de Israel teria acesso a Deus, bem como o perdão de seus pecados.
E mediante a unidade e comunhão eles receberiama benção de Deus.
Esta relação é mais tarde, vivenciada por todo o povo de Deus, quando Cristo o Supremo Sumo Sacerdote, não apenas intercede pelos eleitos, mas oferece a si mesmo como perfeito sacrifício, unificando todo o povo de Deus. Não há mais distinção entre judeus e gentios, todos somos o povo de DEUS.
NO REINADO DE Davi, Israel e Judá são reunidos como um só povo, uma só nação. Em Cristo, não há relativização, judeus e gentios formam o povo escolhido, a nação eleita, osacerdócio real (I Pedro 2.9-10).
Em Cristo, a união com Deus é restabelecida e o povo eleito apregoa com sua vida e unidade os resultados dessa eleição, intercedendo uns pelos outros em amor, exercendo o sacerdócio universal de todos os crentes.
3. A unidade é canal da bênção de Deus:
Outra figura referenciada neste precioso Salmo, é o monte Hermom. Davi compara a unidade e o amor fraternal existentes na nação com o orvalho do Hermom e isto, por uma razão bastante específica.
O Hermom tem quase 3.000 metros de altitude e seu pico é coberto pela neve durante todo o ano.
MAS O degelo É constante, GERANDO UMORVALHO (VAPOR DA ÁGUA) que cai de seu cume cobrindo toda a vegetação ao seu redor e os fortes ventos espalham esse orvalho sobre a cadeia montanhosa que se estende até Jerusalém, promovendo vida em toda aquela região.
NO ORIGINAL DIZ: “QUE DEUS ORDENA BENÇÃO COMO FRESCOR CONTINUO”
OLHA COISA LINDA, ESSE MESMO degelo do Hermom é também, um importante provedor do rio Jordão e consequentemente do mar da Galileia, POR CONTA DESSA BENÇÃO, as pastagens RENOVAM-SE E as lavouras às suas margens SÃO IRRIGADAS. AINDA MAIS, Suas águas atingem as regiões mais distantes e áridas, como o sul de Israel.
OU SEJA, A IMPORTÂNCIA DA UNIDADE DOS POVOS GERA BENÇÃOS NÃO SÓ PARA ELES, COMO TAMBÉM COMPARTILHAM DAS BENÇÃOS.
Dessa forma, assim como as bênçãos espirituais provinham do ministério sacerdotal, fixado mais ao Sul, especialmente em Jerusalém, as bênçãos materiais procediam do Norte, do Hermom. Havia uma dependência recíproca na nação.
“Ali, ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre”, diz o salmista no verso 3.
É sobre essa relação de interdependência que é dispensada a benção de Deus, pois, se por um lado, o povo era abençoado por Deus, mediante o ministério sacerdotal, por outro, o favor Divino era dispensado por meio de seu cuidado, mediante o orvalho do Hermom.
Assim, do Sul provinham as bênçãos espirituais e do Norte o favor material. A mútua dependência é reflexo da Soberana Providência, em última análise, todas as bênçãos, quer espirituais, quer materiais provém de Deus e redundam na sua glória e na edificação do povo escolhido.
Conclusão e aplicação:
Após analisarmos este Salmo e suas implicações, parece saltar aos olhos a importância de trabalharmos pela unidade do povo de Deus. Esta unidade foi requerida de Israel e é também exigida de nós, hoje.
O ensino claro e objetivo deste Salmo, nos leva a repensar nossos conceitos e práticas, de forma que diante do exposto, concluímos serem imprescindíveis pelo menos duas coisas:
Em primeiro lugar, que assim como Israel e Judá, superemos as diferenças e vivamos como um só povo, unidos sob O AMPARO, RESPALDO, O SOCORRO do amor, refletindo assim a verdadeira consagração a Deus que é vivenciada no amor e fraternidade cristã.
Em segundo lugar, é necessário que compreendamos que assim como o Norte de Israel dependia do Sul e o Sul do Norte e ambos de Deus, assim também somos nós: dependemos uns dos outros e todos do nosso Salvador, a quem seja a honra e a glória e o poder para sempre. Amém!